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“Eu vos farei pescadores de Homens” (Mt. 4.19)”

sábado, 26 de janeiro de 2013

Como ter a briga quase-perfeita


Sou cristã, recém-casada e já briguei com meu marido.

Antigamente, quando namorávamos, brigávamos bastante, brigas muito feias que sequer dá vontade de relembrar. Isso porque somos muito diferentes em muita coisa e, infelizmente, semelhantes na nossa obstinação. E como eu sou a rainha do drama, cada briga era o fim do mundo para mim. Onde estava a trilha sonora perfeita de Um amor para recordar? Onde estavam o clímax do filme seguido pelo final feliz, um desabrochar de sorrisos, reconciliações, com tudo acontecendo do jeito que eu queria?

Brigas são inevitáveis. Há muito o que entender primeiro sobre brigas entre pessoas, especialmente entre casais. São aquelas brigas que revelam apenas a diferença de personalidade e de gostos, e terminam ou com amargura ou com humildade e aprendizagem.

Com isso em mente, faço aqui minha própria lista de dicas, coisas para manter em mente e sugestões, não-exaustiva e imperfeita, sobre como ter uma briga quase-perfeita. Aliás, essa lista talvez não seja necessária para as com mais experiência e as mais sábias do que eu, que com certeza poderiam acrescentar muito mais à lista e até corrigir o que eu escrevi! Como sou recém-casada, tenho muito ainda que aprender e talvez daqui a alguns anos poderei rever a lista e dar uma risadinha. Mas para quem também é recém-casada ou está para se casar, talvez isso seja de alguma utilidade para você!
Como mulher e homem são universos diferentes, reagem, interpretam e veem o mundo de formas diferentes, fiz essa lista para as mulheres, porque eu sou mulher e estou começando a perceber como a minha cabeça funciona na hora da briga. É fácil entender as coisas quando não há briga. Mas na hora da briga, é sempre bom se lembrar de algumas coisinhas. Se for de algum proveito pro sexo oposto, que bom!

1.     Briga sempre envolve três pessoas: você, ele e Deus.
2.     Briga não é guerra, apesar de nós mulheres às vezes acharmos que é o fim do mundo e já corrermos para agarrar as nossas armas de ataque e defesa (ou, às vezes, os homens).
3.     Briga quase nunca de fato se trata sobre aquilo que a começou. Às vezes pode começar porque ele deixou a toalha na cama e, na verdade, se trata da sua insegurança e insatisfação como dona de casa (não que seja inconveniente da parte dele deixar a toalha em cima da cama, rs).
4.     A briga é o lugar perfeito para praticar todos os frutos do Espírito.
5.     Dependendo da sua abordagem, ela pode ser redimida ou enterrada, terminar em amor ou amargura.
6.     É bom lembrar que nela as palavras e a linguagem corporal têm o triplo do peso e poder.
7.     Modificar o volume e tom de voz não melhora seu argumento.
8.     Não desvie do assunto, não despreze as palavras dele, não o ignore.
9.     Não adianta querer vencer sozinha. Ou os dois vencem, ou os dois perdem.
10.  Você é responsável pela sua própria atitude, palavras e reações. Não adianta ter uma atitude crítica com todo mundo menos consigo mesma.
11.  Muitas vezes, nós mulheres usamos a famosa tática da manipulação até mesmo sem perceber. Isso inclui chantagem emocional e choro que tiram o foco do que realmente importa. Brigas manipuladas não são brigas resolvidas, são brigas abortadas que, com o tempo, se enterrarão em forma de desprezo e amargura no mais profundo do nosso coração.
12.  Essa é a mais difícil para mim e outras de “gênio forte” e “sangue quente”: Controle-se. Controle-se. Controle-se. Um dos frutos do Espírito é o domínio próprio, e a honestidade precisa ser acompanhada intimamente de paciência, humildade e, especialmente, amor.
13.  Escute o que ele tem para falar e dê valor e respeito ao que ele fala. Isso não é um monólogo seu, mas um diálogo. Espere sua vez.
14.  Mulheres, devemos respeito aos nossos maridos. É excepcionalmente fundamental, com ou sem briga. Baixar o nível da conversa, zombar e desvalorizar é tornar inevitável a derrota dos dois.
15.  Seu objetivo deve ser construir não destruir.
16.  O tratamento do silêncio com biquinho não resolve nada. Homens (ao contrário de nós mulheres) não leem mentes. Se ele te perguntar, é porque ele quer saber. Respire bem (de preferência sem aquele inspirar super audível) e responda sem drama.
17.  Dica para os homens: Silêncio nem sempre significa que você está sendo ignorado. Às vezes, nós mulheres estamos aprendendo a praticar o #12 e isso significa morder nossa língua e pensar bem antes de falar. Ou, às vezes, percebemos algo de uma forma diferente e precisamos pensar mais a respeito antes de responder. Sejam pacientes conosco e não façam conclusões precipitadas! De qualquer forma, mulheres, precisamos pelo menos avisar o que estamos fazendo (com o #6 em mente), senão o silêncio é interpretado de forma errada.
18.  Já lhe ocorreu durante as brigas que ele pode estar certo? Às vezes a gente se toca disso mas o nosso orgulho impede de admitir.
19.  Ao reconhecer seu próprio erro e pedir perdão em humildade, você abrirá espaço para que o outro faça o mesmo. Só não fique cobrando que ele faça o mesmo, porque aí você pode duvidar se você realmente se arrependeu ou se está tentando manipulá-lo.
20.  Nunca é tarde demais para mudar sua atitude e pedir perdão. Até mesmo uma semana depois da briga enterrada.
21.  Levantar questões passadas que foram “perdoadas” pode ser sinal de amargura.
22.  Homens às vezes confundem nossa “paixão” por drama. Mas muitas vezes eles acertam. Sei que irrita e às vezes magoa muito ter todos os seus sentimentos e pensamentos reduzidos a “Ah, é drama seu”. Mas deixe passar sem “dramatizar” mais. Não há nada de errado em admitir que você, de fato, está sendo dramática. Se não for o caso, tente se expressar de forma diferente!
23.  Quando ele pedir perdão, esfregar na cara e ficar repetindo a razão pela qual ele está pedindo perdão é dificultar futuros pedidos de perdão. Not a good idea.
24.  Nunca ter brigado pode ser indicador de falta de intimidade e comunicação.
25.  Não é sua responsabilidade mudar a pessoa. A única coisa que você pode mudar é a si mesma. Tenha paciência e, como meu avô sempre fala, “Deixe o senhorzinho nas mãos do Senhor”. Além disso, muitas vezes quando nós mudamos, a situação muda e o problema se resolve por si só!
26.  Muitas coisas que achamos errado nele e pelas quais brigamos são superficiais, coisas com as quais podemos conviver. Nesse caso, é sempre bom se perguntar ao começar a briga... “Vale a pena brigar por isso?” Afinal, nós somos tanto esquisitas para eles quanto eles são para nós.
27.  O orgulho é o pecado mais dificilmente reconhecido e facilmente confundido e descartado. A gente pode confundi-lo com falsa humildade, vitimização, autoestima, conformismo, entre outros. Brigas muitas vezes começam do nada e se desenrolam tão rapidamente que nem sequer dá tempo de se autoanalisar e baixar a arma do orgulho. Sempre suspeite de si mesma. A humildade começa quando você se arrepende do seu orgulho.
28.  Muitas, muitas vezes você pode evitar uma briga desnecessária identificando momentos inconvenientes de levantar assuntos. Por exemplo, quando ele está cansado, quando está apressado ou quando está estressado. E é também importante identificar em si a capacidade (e às vezes até mesmo sanidade) para manter uma discussão normal. Se ele começar e você perceber que não está num momento bom, com muito amor e calma, avisa. Se não der para adiar o assunto, peça ajuda de Deus e vá em frente.
29.  Depois de muitas brigas, você vai descobrindo formas de resolver bem a situação, de evitar situações desnecessárias, de identificar o problema verdadeiro e de melhor aproveitar o momento para conhecer a ele, a si mesma e amadurecer o relacionamento, além de se apaixonar cada vez mais por ele e se sentir cada vez mais amada.
30.  Finalmente (e pessoalmente), acho que final de briga bem resolvida deve ser marcada por muito afeto e carinho, para aliviar a tensão e reafirmar o amor. Super recomendo um bom filme com pipoca (mas eu sou tendenciosa). Depois de tanto conversar e discutir, nada melhor do que curtir um filmezinho bom abraçadinhos no sofá.





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