SEXTA-FEIRA, 16 DE
DEZEMBRO DE 2011
Um grupo de cristãos protestantes foi
atacado por mais de 50 membros das forças de segurança na China quando
preparavam os festejos de Natal na província de Zhejiang, informou nesta
sexta-feira a ONG de direitos religiosos China Aid Association.
De acordo com um comunicado divulgado
nesta sexta-feira por esse grupo, o ataque ocorreu em 13 de dezembro, na cidade
de Ruian, quando soldados não identificados espancaram os fiéis e destruíram os
materiais que estavam em sua igreja.
Membros do grupo atacado afirmaram à
China Aid que entre os agressores estava o líder do Escritório de Assuntos
Religiosos local que, segundo eles, liderou o ataque, filmado e divulgado
depois no YouTube ('http://www.youtube.com/watch?v=3gVisCIXPBM').
Nas imagens, os religiosos preparavam
um palco para comemorar o Natal quando o grupo de agressores desligou o gerador
de energia e espancou alguns de seus membros.
Ruian é conhecida como 'a cidade do
Natal' na China por ser um dos centros de produção mundial dos enfeites e
presentes da festividade cristã.
As vítimas, cujo número não foi
divulgado, foram postas sob custódia e interrogadas antes de sua libertação.
'Pequim continua mostrando que sua
profunda insegurança não beneficia a emergência de seu poder', afirmou em
comunicado o ativista chinês Bob Fu, exilado nos Estados Unidos, de onde dirige
a China Aid.
A ONG pediu às autoridades de
Zhejiang que demonstrem seu compromisso em proteger a liberdade religiosa com
uma indenização ao grupo pelos objetos destruídos e que exijam responsabilidade
penal por seus atos violentos contra os fiéis. A entidade acrescentou que os
membros da igreja de Ruian convocaram um protesto público para este fim de
semana, apesar do risco de serem alvo de novos ataques.
Antes dessa agressão, o grupo de Ruian
nunca havia tido problemas com as autoridades na organização de suas atividades
religiosas, apesar de sua igreja não ser registrada na organização oficial
administrada pelo governo, sendo, portanto, considerada ilegal.
No último ano, os grupos protestantes
foram alvo de abusos similares na China, depois que uma igreja de Pequim
decidiu fazer seus cultos na rua ao ter sido expulsa do edifício onde
habitualmente se reunia.
A China Aid informou também que 11
religiosos foram detidos e um deles espancado, 'sob suspeita de ser integrante
de uma seita' em outubro, pela primeira vez na região autônoma do Tibete, e
libertados um mês depois.
A ONG pediu em seu comunicado ajuda
aos diplomatas dos EUA, União Europeia, Canadá, Noruega, Austrália e Nova
Zelândia para que peçam explicações aos funcionários do Ministério das Relações
Exteriores chinês em suas reuniões.
As autoridades chinesas disseram que
respeitam a liberdade religiosa de seus cidadãos, protegida pela Constituição,
mas só consideram legais as reuniões e celebrações religiosas sob a
administração dos grupos budistas, taoistas, muçulmanos e cristãos controlados
pelo governo. EFE
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